A construção civil é um setor predominantemente masculino. Entre os profissionais registrados no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), 80,5% são homens e apenas 19,5% mulheres. Mas esse cenário vem mudando.
Somente em 2021, o número de mulheres trabalhando na construção cresceu 16% em relação ao ano anterior, impulsionado pela retomada do setor na economia nacional, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego. Naquele ano, a pasta registrou mais de 500 mil mulheres ocupando cargos em escritórios de engenharia, indústrias e canteiro de obras.
A tendência de maior contratação de mulheres na área, porém, é histórica. "Há algum tempo existe um movimento de aumentar a participação das mulheres na nossa indústria. Esse movimento não é algo grande e impactante, mas é devagar e gradativo. Houve momentos de boom, em que pela evasão e dificuldade de contratação de mão de obra, as empresas buscavam mulheres, mas depois desses booms o mercado continuou fazendo isso numa escala menor", argumenta Ana Cláudia Pontes, vice-presidente de responsabilidade social da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Uma pesquisa realizada pelo Banco Nacional de Empregos (BNE) concluiu que o cargo de engenheiro civil possui uma desigualdade salarial de 38,6% entre gêneros, taxa ainda maior que a média nacional de discrepância salarial entre homens e mulheres apontada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE em 2021, que é de 20,5%. Ainda segundo o IBGE, 15,1% dos homens brasileiros possuem ensino superior, enquanto entre as mulheres, o índice é de 19,4% entre a população economicamente ativa. Ou seja, mulheres precisam estudar mais tempo para receberem menores salários.
Um dos motivos para o aumento da presença feminina na construção civil é a entrada de mais mulheres em cursos técnicos e universitários. Iniciativas como o Programa Mulheres Construindo Autonomia na Construção Civil, criado em 2012 pelo governo federal e que formava mulheres de baixa renda para a inserção nesse mercado de trabalho, entre outras, foram responsáveis pelo crescimento histórico.
"Ao longo dos anos, várias organizações sociais passaram a fazer ações de qualificação profissional para preparar mulheres para a construção civil e também uma série de parcerias com as entidades patronais para empregar essas mulheres depois", explica Ana Pontes, vice-presidente da CBIC.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), entre 2010 e 2021, o número de alunas que concluíram cursos nas áreas de exatas aumentou 96%, saindo de 37.005 para 72.791.
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