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I Fórum Nacional para Certificação de Cidades Inteligentes reúne especialistas nacionais e internacionais em Brasília

Dentre os objetivos está a criação de uma rede brasileira de cidades globais e sustentáveis

Representantes do governo federal, governo distrital, prefeitos, empresas, entidades nacionais e secretários responsáveis por toda a estratégia política e tecnológica de transformação das cidades brasileiras prestigiaram o despertar de uma nova realidade, no I Fórum Nacional para Certificação de Cidades Inteligentes, realizado em 28 de novembro, em Brasília-DF.

Na abertura do evento, Paulo Muniz, presidente do Codese/DF, apresentou os resultados em dois anos e meio de atuação do conselho na capital federal e o desenvolvimento da parceria com o governo distrital. "O que a gente vem mostrando é que ainda dá tempo de fazer conselhos similares antes das eleições de 2020. Com esses conselhos, nas diversas cidades brasileiras, tenho certeza que nós podemos mudar o Brasil, porque será a sociedade pautando os governos e não os governos pautando a sociedade", disse.

Sete secretários representaram o governo do Distrito Federal no fórum. O chefe da Casa Civil, Valdetário Monteiro, representou o governador Ibaneis Rocha. O secretário de Ciência e Tecnologia do Distrito Federal, Gilvan Máximo, afirmou a prioridade do governo distrital em certificar Brasília e elaborar o plano diretor para cidades inteligentes.

Perspectivas para 2030

Silvio Barros, ex-prefeito de Maringá/PR, apresentou o programa “O futuro da minha cidade” da CBIC, que criou os Conselhos de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Goiânia/GO e do Distrito Federal. “É a sociedade civil que terá de fazer esse exercício de planejamento, de visão de futuro e trazer para a discussão nas prefeituras a decisão daquilo que precisa ser feito”, destacou.

Na mesma linha, André Gomyde, presidente do Instituto Brasileiro de Cidades Inteligentes e Humanas, destacou que o maior desafio do século XXI está no controle do conhecimento, por meio da produção de dados, por grandes empresas ou pela sociedade.

Certificando, na prática!

Paulo Medeiro, subsecretário de Inovação da Casa Civil do GDF, apresentou o programa Brasília Inteligente, baseado no conceito de cidade global que segue a Norma ISO 37120. “O programa é para preparar nossa cidade para o mundo”, aponta Medeiro. Brasília alcançou a certificação de Cidade Aspirante e o objetivo é atrair investidores e gerar novos empregos, reduzir despesas, gerar novas receitas, gerar renda, melhorar a vida do cidadão; afirmou Medeiro.
A secretária da Comissão de Estudo Especial (CEE) 268, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Iara Negreiros, apresentou a série ISO 37100, um conjunto integrado de normas internacionais – as primeiras voltadas para "cidades e comunidades sustentáveis".

Brasília Inteligente

O presidente do Parque Tecnológico de Brasília (Biotic), Gustavo Dias Henrique, apresentou o projeto do parque, que conta com o maior SebraeLab do Brasil e, em um futuro próximo, com a Universidade Distrital, que terá suas obras iniciadas a partir de 2020.
Para Valdir de Oliveira, superintendente do Sebrae-DF, a matriz de desenvolvimento do Distrito Federal já foi impactada por esse novo modelo de negócios apresentado pelo Biotic.

Tecnologias aplicadas às Cidades Inteligentes

Felix Massun, CEO da Symphony Latam, apresentou a companhia que oferece consultoria, assessoria, implementação de robótica e inteligência artificial.
Raphael Roale apresentou a tecnologia desenvolvida pela WeDo, qie permite que o poder executivo tenha uma visão atualizada e em tempo real de todos os aspectos relacionados à sua gestão, principalmente quanto ao uso dos recursos financeiros.
George Lavour, diretor da EGL Engenharia, apresentou o conjunto de sistemas computacionais de ITS (Intelligent Transportation Systems) para operação do Centro de Supervisão Operacional (CSO), doado ao Distrito Federal por intermédio do Codese/DF para melhoria da gestão do transporte público, sem custos para o GDF.

Cerrado Digital e Circular

O Polo Cerrado Digital, da Rota da Tecnologia da Informação e Comunicação (Rota TIC) para o desenvolvimento da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride/DF), tem alinhamento com uma visão de futuro, destacou o coordenador da Rota da TIC do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), André Rafael Costa.
Luiz Paulo de Oliveira Silva coordenador da Rota de Economia Circular do MDR, a economia circular, apresenta características regenerativa e restaurativa por princípio. A economia circular cria novas oportunidades de trabalho, a matéria prima que a economia circular trabalha é o material descartado pelo sistema produtivo.

Palestra Magna – Desafios e experiências de Smart Cities no mundo e no Brasil

“Estamos vivendo uma profunda transformação não só nas cidades, mas em nós. Há quem diga que não estamos mais na quarta revolução industrial, mas caminhamos para nós, porque nascemos em um mundo analógico e o mundo se transformou em digital, nossos filhos e netos já são digitais”, assim iniciou o espanhol Josep Miquel Piqué a palestra magna do evento. Piquet destacou a importância de criar cidades digitais para os nativos digitais.

Piquet apresentou experiências de cidades pelo mundo que apostaram na inovação como mecanismo de crescimento e desenvolvimento econômico e social, como exemplo de Medellín na Colômbia, que passou por 20 anos sob o controle do tráfico de drogas. Para ele, casos como de Medellín servem para entender que os desafios e limites não estão nas cidades, mas em nós; não como indivíduos, mas como sociedade.

Planejando Cidades criativas, sustentáveis e humanas

Do CTE, empresa paulista de gerenciamento e consultoria no setor da construção civil, Myriam Tschiptschin apresentou projetos de escala urbana, que vão desde comunidades planejadas a loteamentos e requalificação de bairros existentes; se expandindo, até mesmo, para municípios inteiros.

Caminhos para viabilizar Cidades Inteligentes

A vice-presidente da CAIXA, Tatiana Thomé de Oliveira. apresentou duas linhas de crédito para municípios de todo o país, como o novo programa Pró-Cidades e a linha mais contratada, o Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa). O banco também oferece a estruturação de projetos em parcerias público-privadas. “A Caixa presta um assessoramento desde os estudos de viabilidade do projeto como consultas públicas e medidas legislativas até a licitação, em que o privado começa a operar o projeto’, afirma a vice-presidente.
Já o Banco de Brasília oferece uma linha de investimento para o setor rural e setor produtivo com prazo de até 10 anos, com recursos do próprio banco, o BRB Investimento, apresentada pelo diretor de Serviços e Produtos do BRB, Antônio Gil Padilha Bernardes. “Isso é possível dado o cenário de estabilidade da taxa de juros. Para o ano de 2020, teremos recursos do BNDES e uma fatia do FGTS”, explica Bernardes. No DF, o BRB tem discutido o apoio às parcerias público-privadas com a secretaria de Projetos Especiais do GDF e outros governos da Região Centro-Oeste.

Carta-compromisso

O evento, realizado em um único dia, terminou com a apresentação da “Carta-compromisso para o desenvolvimento de uma rede brasileira de cidades globais e sustentáveis”, a ser seguida pelas entidades apoiadoras do fórum.

Trem para transporte de passageiros para atender os anseios da população do DF e GO

Projeto macrorregional permitirá a interligação do agronegócio e da indústria com portos no MA, SP, ES e BA

O projeto do trem para transporte de passageiros entre Brasília e Goiânia, ainda permanece em discussão. O Codese/DF por meio da Câmara Técnica de Logística e Distribuição, têm o compromisso de buscar junto à sociedade opiniões técnicas, consolidando entendimentos e os integrando às políticas públicas e ao desenvolvimento regional.

Para aprimorar o Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental (EVTEA) do trem para transporte de passageiros e receber sugestões e informações, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) abriu a Tomada de Subsídio nº 3/2016 . O prazo para o envio de sugestões é dia 27 de janeiro de 2020.

De acordo com o gestor da CT de Logística e Distribuição Marcelo de Paula, a audiência pública proposta pela ANTT será de grande valia para que a sociedade possa se manifestar a respeito de um projeto que, necessariamente, não deverá atender aos anseios do Distrito Federal e do estado de Goiás exclusivamente e, em especial, da população diretamente envolvida. Deverá, também, observar o desenvolvimento do país e sua inserção no comércio mundial.

Marcelo de Paula explica que o trem para transporte de passageiros é um projeto macrorregional que permitirá a interligação das áreas das cadeias do agronegócio e da indústria com os portos de Itaqui/MA, Santos/SP e, até mesmo, do ES e da BA. “A interligação da ferrovia norte sul com a FCA é de extrema importância dado que a posição geográfica em conjunto com a malha rodoviária do DF permitirão a consolidação do DF como HUB de cargas, uma vez que no modal aéreo já o é em realidade”.

Existem projetos diferentes, elaborados por entidades distintas, que, no nosso entendimento, limitam-se à consideração dos fluxos do DF e de GO. “O desafio será quebrar alguns paradigmas. Por outro lado, visões com a Dra. Maria Rosa precisam e devem ser levadas ao conhecimento da população, dos governos estaduais e do governo federal por proporem uma análise orgânica das diversas dimensões que devem ser abordadas neste contexto”, afirma Marcelo de Paula.

A Dra. Maria Rosa Ravelli Abreu, que participa de estudos sobre mobilidade sustentável e transporte sobre trilhos na Universidade de Brasília (UnB) explica que, no mundo, iniciativas de sucesso ampliam e inovam o transporte sobre trilhos unindo regiões e continentes. Maria Rosa cita diversos exemplos, enquanto a América do Sul ignora o benefício econômico e cultural das malhas ferroviárias como sustentável união entre os povos.

Exemplo de desenvolvimento regional, o Grand Paris Express, poderoso anel metroviário com 200 km e 68 grandes estações, deve beneficiar dois milhões de passageiros ao dia. “As estações favorecem atração de polos tecnológicos emergentes, serviços, comércio, lazer, fomento ao turismo, trabalho e renda locais, para cidades antes isoladas”, destaca Maria Rosa.

O Transport for London realizou estudos exaustivos para identificar a viabilidade econômica e social do Crossrail, batizado de Elizabeth Line com 117 km. 1,5 milhão de pessoas adicionais acessam o centro de Londres em 45 minutos quando a ferrovia estiver totalmente aberta, 4,4 milhões de metros quadrados de escritórios, lojas e residências de alta qualidade ao longo da linha. Mais de 1 milhão de metros quadrados de espaço público aprimorado em 40 localidades

O benefício econômico do Crossrail foi considerado substancial. Desde os empregos criados durante a construção e na operação do modal, ao tempo economizado pelas melhores conexões de transporte até a acessibilidade aprimorada, estima-se que o projeto gere pelo menos 42 bilhões de libras para a economia. Foram gerados 55.000 empregos agregados, 96% do trabalho foi concedido a empresas no Reino Unido, 62% dos fornecedores baseados fora de Londres. A previsão de entrega de 90.599 novas casas ao longo da rota até 2021 e 180.000 até 2026.

Para Maria Rosa, a inovadora ligação ferroviária Goiânia-Brasília, com viagens expressas de poucas paradas e trens modulares atendendo moradores de todas cidades ao longo da linha, marca novo tempo na integração regional do Centro-Oeste e ilumina o renascimento pioneiro dos trens de passageiros em nosso país, rumo a integração das malhas ferroviárias latino-americanas.

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